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sintomas



A esclerose múltipla (EM) atinge diferentes áreas do sistema nervoso central, por isso, não existe um padrão definido de sintomas, que se apresentam em cada pessoa de maneiras diferentes 1,2.

A maioria das pessoas com EM vai experimentar mais de um sintoma1, que podem ser controlados de maneira eficaz com medicação, combinada com fisioterapia, terapia ocupacional e adaptações no estilo de vida e na rotina3,4.

Os primeiros e mais comuns sintomas da EM são fadiga; sintomas sensoriais como dor, dormência e formigamento; problemas motores como coordenação e dificuldade em andar; alterações visuais e de cognição; depressão. No entanto, qualquer sintoma ou sinal neurológico pode ser parte da EM de uma pessoa1,2,5,6.

Fadiga

A fadiga é um sintoma comum na esclerose múltipla (EM) e pode ser distinguida do cansaço comum. Enquanto o cansaço comum é geralmente temporário e aliviado com repouso e sono adequados, a fadiga na EM é mais persistente e não melhora significativamente com descanso. Além disso, a fadiga na EM não está necessariamente relacionada ao esforço físico, podendo ocorrer mesmo em situações de atividade leve. Também pode ser desproporcional ao grau de atividade física ou mental realizada7.

Primária: Resultado das alterações do corpo, ligadas diretamente com a fisiopatologia da Esclerose Múltipla, ou seja, o modo como a doença age no corpo de cada paciente7.

Secundária: devido aos sintomas da EM somatórios que podem agravar a fadiga, como a fraqueza muscular, problemas de sono, depressão e/ou ansiedade e o sedentarismo.7

Dor

Ilustração que representa um dos sintomas da esclerose múltipla, com um homem sentindo dor nas costas A dor é um sintoma comum e debilitante em pessoas com esclerose múltipla (EM). Ela pode afetar várias partes do corpo, como os membros e a região lombar. A intensidade da dor pode variar, e alguns pacientes podem sentir sensações como formigamento, dores nervosas e desconforto muscular profundo. A dor pode influenciar as atividades diárias, tornando-se essencial discuti-la com o médico para encontrar maneiras de aliviar esse sintoma e melhorar a qualidade de vida.8



Dificuldade em Andar

Equilíbrio, dificuldade de andar e quedas são questões comuns em pessoas com esclerose múltipla (EM). Cerca de 50 a 80% dos pacientes podem ter problemas de equilíbrio, mesmo nos estágios iniciais da doença. A dificuldade de andar também pode ser afetada, com déficits frequentes em toda a progressão da EM, impactando a capacidade de caminhar e, consequentemente, o grau de incapacidade. Além disso, quedas são comuns e podem ocorrer logo após o diagnóstico e se tornar mais frequentes ao longo do tempo, sendo influenciadas por diversos fatores neurológicos.2 Ilustração que representa o sintoma da esclerose múltipla que é a dificuldade de andar, com um idoso usando um andador

Dormência e Formigamento

A dormência e o formigamento são chamados de sintomas sensoriais, causados por lesões do cérebro ou da medula espinhal e além de muito comuns na EM, são sinais importantes para o diagnóstico da doença.

Ilustração que representa um dos sintomas da esclerose múltipla. A imagem mostra um homem sentindo dormência nas mãos

Menos incapacitantes que os sintomas motores, a dormência e o formigamento causam a perda de sensação em diversas partes do corpo, como mãos, braços, pés e pernas.9

Algumas pessoas com EM experimentam também a alodinia , que causa a sensação de dor quando a pele é tocada levemente por coisas que normalmente não provocam dor, como o contato da roupa no corpo ou um leve toque.11

Espasticidade

Ilustração do esquema de músculos do corpo humano para representar a ocorrência de espasmos na esclerose múltipla Na esclerose múltipla, podem ocorrer dois tipos de espasmos musculares: a espasticidade 10 e a distonia paroxística 9 . A espasticidade causa rigidez e espasmos involuntários nos músculos, levando a dificuldades de movimentação 10. Já a distonia paroxística provoca movimentos anormais e posturas estranhas de forma súbita e involuntária 9. Esses espasmos podem ser dolorosos e afetar a qualidade de vida dos pacientes. 10, 9

Fraqueza Muscular

Outro sintoma comum, a fraqueza muscular pode ocorrer em qualquer parte do corpo, incluindo pernas, tornozelos e pés, que dificultam a marcha. O primeiro passo para controlar o sintoma é determinar a sua causa, que pode ser neurológica ou causada por outros sintomas: Ilustração de um homem mostrando os músculos, representando um dos sintomas da esclerose múltipla que é a fraqueza muscular

Danos às fibras nervosas: a desmielinização das áreas da medula espinhal e do cérebro que estimulam os músculos também podem causar fraqueza. Não recebendo os impulsos nervosos de que necessitam, os músculos não trabalham de forma eficaz – o que muitas vezes resulta na redução da resistência.

Descondicionamento dos músculos: muitas vezes, na EM, a fadiga, dor, o desequilíbrio ou outros sintomas, reduzem a atividade de uma pessoa, fazendo com que os músculos afetados ou não pela EM, fiquem fracos.12

Alterações de Memória e Concentração

De modo geral, o sistema cognitivo engloba as funções da memória, atenção, raciocínio, linguagem, percepção e as funções executivas, que determinam como uma pessoa interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive.

Os problemas cognitivos da EM variam muito de pessoa para pessoa e é preciso reconhecer e enfrentar as mudanças cognitivas com informações precisas. As mais comuns são: A perda de memória é um dos sintomas da esclerose múltipla e a ilustração mostra uma mulher pensando em várias lembranças

  • Processar informações:
  • Aprendizagem e memória
  • Atenção, concentração e velocidade mental
  • Visão espacial
  • Fluência Verbal: dificuldade em encontrar a palavra certa durante uma conversa. 5

Alterações na Visão

Para muitas pessoas com EM, problemas de visão são os primeiros sintomas que surgem, entretanto, as chances de recuperação são boas. Os mais comuns são:

A ilustração mostra uma mulher de óculos tampando um dos olhos com as mãos, e ela faz uma expressão de espanto. Alterações na visão são um dos sintomas da esclerose múltipla

  • Neurite Óptica:é a inflamação do nervo óptico e geralmente ocorre em um dos olhos, podendo causar dor ao movimento dos olhos, visão turva ou mudança das cores. A neurite óptica também pode causar perda de visão momentânea.
  • Nistagmo: são movimentos descontrolados dos olhos, rápidos e repetitivos, que podem ser leves ou graves o suficiente para impedir que o paciente enxergue.
  • Visão dupla: acontece quando os músculos que controlam o movimento dos olhos estão afetados pela doença.

É muito comum que o paciente procure, ao sentir esses sintomas, um oftalmologista. É importante atentar-se que, seja constatado que não há um fundo oftalmológico, um neurologista deve ser procurado. 13

Alterações Emocionais

Quando uma pessoa é diagnostica com EM é normal ter algumas reações emocionais que merecem atenção. Reações emocionais podem ser um dos sintomas da esclerose múltipla. A ilustração mostra uma mulher pensando, em dúvida. Por isso, a esclerose múltipla deve ser tratada de forma multidisciplinar e, aliado ao tratamento médico, ter hábitos de vida saudáveis, acompanhamento psicológico e diálogo com família e amigos. 14

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Problema na bexiga

Na esclerose múltipla (EM), problemas na bexiga são comuns e afetam a qualidade de vida. Isso pode causar micção frequente, urgência e até perda involuntária de urina. Alguns pacientes têm dificuldade para esvaziar completamente a bexiga, resultando em sintomas como hesitação e desconforto ao urinar. Isso acontece por conta de falhas na contração dos músculos que envolvem o sistema urinário. 20

Tontura e Vertigem

A ilustração mostra um homem sentindo tontura, que é um dos sintomas da esclerose múltipla. A tontura, sensação de desequilíbrio, é um sintoma comum em pessoas com EM. Já a vertigem, que causa a sensação de que tudo está girando ou que o chão repentinamente corre para cima, é menos comum, mas pode aumentar quando o paciente se deita ou inclina a cabeça ou em ambientes escuros. 15

Problemas na Fala

Em pacientes com esclerose múltipla (EM), problemas de fala e voz podem ocorrer, afetando a intensidade, qualidade e articulação da voz. 16

A ilustração mostra uma mulher falando Olá. Problemas na fala podem ser um dos sintomas da esclerose múltipla

Problemas de Deglutição

A ilustração traz uma mulher comendo um sanduíche, representando que a dificuldade na deglutição pode ser um dos sintomas da esclerose múltipla Conhecidos como disfagia, esses sintomas são resultado dos danos nos nervos que controlam os muitos músculos da boca e da garganta. Embora mais frequentes num estágio avançado da doença, ela pode ocorrer em qualquer fase. 17

Os sintomas incluem tosse ao comer ou beber líquidos e sensação de comida presa ou de asfixia.18

Tremor

Esse sintoma pode ocorrer em várias partes do corpo, A ilustração representa uma mão tremendo, pois o tremor pode ser um dos sintomas da esclerose múltipla. de acordo com as áreas danificadas, causando um forte impacto emocional e social. 19

sintomas frequentes

  • Fadiga
  • Dor
  • Dificuldade em andar
  • Dormência e formigamento
  • Espasticidade
  • Fraqueza muscular
  • Alterações cognitivas
  • Alterações na visão
  • Alterações emocionais
  • Problema na bexiga
  • Tontura e vertigem
  • Problemas na fala
  • Problemas de deglutição
  • Tremor

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Referências:

1. GIOVANNONI, Gavin et al. Brain health: time matters in multiple sclerosis. Multiple sclerosis and related disorders, v. 9, p. S5-S48, 2016.
2. CAMERON, Michelle H.; NILSAGARD, Ylva. Balance, gait, and falls in multiple sclerosis. Handbook of clinical neurology, v. 159, p. 237-250, 2018.
3. SOELBERG SORENSEN, Per et al. The multiple sclerosis care unit. Multiple sclerosis journal, v. 25, n. 5, p. 627-636, 2019.
4. GALLIEN, Philippe et al. Multidisciplinary management of multiple sclerosis symptoms. European Neurology, v. 72, n. Suppl. 1, p. 20-25, 2014.
5. SCHULZ, Doreen et al. Cognition in the early stage of multiple sclerosis. Journal of neurology, v. 253, p. 1002-1010, 2006.
6. ROMMER, Paulus Stefan et al. Symptomatology and symptomatic treatment in multiple sclerosis: Results from a nationwide MS registry. Multiple Sclerosis Journal, v. 25, n. 12, p. 1641-1652, 2019.
7. INDURUWA, Isuru; CONSTANTINESCU, Cris S.; GRAN, Bruno. Fatigue in multiple sclerosis—a brief review. Journal of the neurological sciences, v. 323, n. 1-2, p. 9-15, 2012.
8. BEISKE, Antonie Giaever et al. Pain and sensory complaints in multiple sclerosis. European Journal of Neurology, v. 11, n. 7, p. 479-482, 2004
9. FREIHA, Joumana et al. Paroxysmal symptoms in multiple sclerosis—A review of the literature. Journal of Clinical Medicine, v. 9, n. 10, p. 3100, 2020.
10. MITSIKOSTAS, Dimos-Dimitrios et al. Neuropathic pain in neurologic disorders: a narrative review. Cureus, v. 14, n. 2, 2022.


11. Neuropathic Pain in Multiple Sclerosis (v1.0). KAYLA L. MURPHY • JOHN R. BETHEA • ROMAN FISCHER, https://doi.org/10.15586/codon.multiplesclerosis.2017.ch4.
12. weakness _ National Multiple Sclerosis Society. National Multiple Sclerosis Society, https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Weakness .
13. GELFAND, Jeffrey M. Multiple sclerosis: diagnosis, differential diagnosis, and clinical presentation. Handbook of clinical neurology, v. 122, p. 269-290, 2014.
14. Emotional Changes_ National Multiple Sclerosis Society, https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Emotional-Changes
15. vertigo and dizziness_ National Multiple Sclerosis Society, https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Dizziness-and-Vertigo
16. Merson RM, Rolnick MI. Phys Med Rehabil Clin N Am. 1998;9:631–41.
17. DE PAUW, A. et al. Dysphagia in multiple sclerosis. Clinical neurology and neurosurgery, v. 104, n. 4, p. 345-351, 2002.
18. swallowing problems _ National Multiple Sclerosis Society, https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Swallowing-Problems
19. KOCH, Marcus et al. Tremor in multiple sclerosis. Journal of neurology, v. 254, p. 133-145, 2007.
20. MAHADEVA, Aneesa; TANASESCU, Radu; GRAN, Bruno. Urinary tract infections in multiple sclerosis: under-diagnosed and under-treated? A clinical audit at a large University Hospital. American journal of clinical and experimental immunology, v. 3, n. 1, p. 57, 2014